Desde que vi essa imagem pela primeira vez, fiquei hipnotizada, quem teria sido capaz de colocar juntos, em um mesmo fusca (azul-claro ou verde, quem sabe, dependendo da sua ótica),  Noan Chomsky e Pepe Mujica? Um sonho tão grande pra mim, um encontro tão incrível, que mal pude acreditar!

A primeira coisa que pensei foi que era uma montagem, então fui correndo “dar um Google” e descobri que era real. Tratava-se de um encontro de um fim de semana para gravar um documentário, que ocorreu no Uruguai, razão pela qual Pepe Mujica dirigia o seu fusca. 

Estamos falando dos dois personagens intelectuais mais importantes do nosso tempo e mais queridos da política atual. 

A grande ideia de colocar os dois juntos, em um mesmo espaço de tempo, veio do cineasta mexicano Saul Alvidrez, de 31 anos e um dos primeiros membros do movimento social mexicano # YoSoy132; ativismo político que foi brutalmente interrompido por ataques diretos da Agência de Inteligência do Governo do México (CISEN) e dos conglomerados de mídia mais poderosos do país, segundo o próprio cineasta.

Mas este artigo não é sobre o documentário, claro que ele merecia um livro inteiro, mas ainda está em fase de captação de recursos para ser finalizado. Alooô, mundo corporativo! Estão esperando o que para patrocinar e entrar para a história? Só a foto do cartaz do filme com os dois já renderia um Oscar! 

Conheci Noan Chomsky ainda na faculdade de jornalismo, onde um professor genial e querido de ciências políticas, o Leo, nos ofereceu a oportunidade de ler “O que o Tio Sam realmente quer”, um livro de 2006 e o primeiro que li do Chomsky. Uma crítica ferrenha ao imperialismo americano, um choque de realidade sobre os reais interesses da política externa do governo de seu país. No livro, Chomsky disseca desde a Guerra Fria, aborda o combate às drogas nos EUA e na América Latina e os demais motivos pelos quais os EUA participaram de cada uma das guerras em que se envolveram mais diretamente.

Eu nem apresentei Chomsky ainda e, para quem não conhece, nem precisa ir pesquisar, eu mesma conto. Noam Chomsky é indiscutivelmente o intelectual mais importante vivo hoje. Comumente conhecido como “o pai da linguística moderna” (um campo de estudo que ele revolucionou quando tinha apenas 29 anos), Chomsky é linguista, filósofo, cientista cognitivo, historiador, crítico social americano e um dos mais icônicos políticos ativistas de nossos tempos. Também é autor de mais de 100 livros e provavelmente o mais famoso dissidente político americano.

Já o lendário motorista do fusca, Pepe Mujica, dispensa apresentações, pois passou 15 anos preso, sofrendo barbaridade com o regime da ditadura, mas não só sobreviveu como saiu da prisão diretamente para assumir a presidência do Uruguai. Mujica surpreendeu o mundo mostrando que política pode ser feita de uma forma diferente e muito mais humana.

Mas volto a repetir (rsrs): este artigo não é sobre este encontro lendário, e sim, sobre a importância de eleger seus curadores.  

Sobre a importância de eleger os seus curadores

De onde você busca informação? Quais são as suas referências em qualquer um dos campos pessoais e profissionais? 

Há pouco tempo, recebi de um cliente querido, o Carlos Arthur Araujo, um talk do Murilo Gun | TEDxFortaleza – Escolas Matam a Aprendizagem, que achei genial. Tomara que você ache um tempo para ver, se ainda não tiver visto, são apenas 15 minutos.

Entre várias coisas completamente importantes da palestra do Gun, inclusive porque é um choque de realidade sobre a transformação digital e, consequentemente, sobre como a velocidade da informação na atualidade vem mudando a nossa forma de buscar conhecimento (tanto para o bem como para o mal), o que mais mexeu comigo – e que é o centro de toda a palestra – é o fato de os estudos nunca terminarem, principalmente na era de possibilidades infinitas de conhecimento sem fronteira.

Isso significa que você não precisa mais ter o melhor professor da sua cidade, você pode ter o melhor especialista do mundo naquele tema que te interessa. Absolutamente tudo está disponível atualmente, e isso potencializa ainda mais as nossas oportunidades, ampliando a nossa capacidade de sermos autodidatas.

O Gun fala exatamente da importância de elegermos nossos curadores, de estarmos vivendo na Cauda Longa do conhecimento, outro livro que você não pode deixar de ler. 

É muito importante saber quem nos inspira, quem é a nossa referência em diversos campos da vida, porque, com a quantidade de informação na internet, onde podemos ter acesso a qualquer forma de estudo e conhecimento, em qualquer lugar do mundo, é quase uma obrigação conhecer cada vez mais nossas referências e eleger de forma criteriosa nossos curadores. 

Como eleger nossos curadores

Seu(ua) curador(a) pode ser um(a) influenciador(a), um(a) escritor(a), um blog, um perfil na internet, um(a) médico(a), um(a) professor(a), e por aí vai. Existem curadores para cada um dos campos de conhecimento em que desejamos nos aprofundar. 

Você pode eleger, por exemplo, um(a) curador(a) para meditar, se exercitar, para indicar bons livros, para assuntos relacionados aos temas da sua área de atuação, para comportamentos humanos, para rir ou apenas para falar mal do pólicos que você odeia. 

Pesquise, pesquise e pesquise – antes de se inscrever, por exemplo, num curso on-line, veja comentários de quem já fez; a prova social é uma excelente forma de atestar sobre algo que você ainda não conhece, pois quem avalia é imparcial, não é o próprio idealizador. 

Anote referências – quando alguém que você respeita e admira falar sobre uma série, um filme, um livro, um curso e demais assuntos de seu interesse, tenha o hábito de anotar, para não deixar que a informação se perca.

*O bloco de notas do seu celular é uma excelente ferramenta para não perder nenhuma dica dos seus curadores. 

Busque informações contrárias ao que você pensa – diferente do que muita gente pensa,  informações contrárias às nossas são excelentes modos de atestar sobre o que gostaríamos de reforçar e até mesmo para concretizar sobre o que pensamos. 

E, assim, a nossa “bolha” de curadoria vai aumentando; cada vez que alguém eleito como nosso CURADOR sugere algo que acabamos consumindo e gostando, vai ampliando a nossa lista de referências e possibilidades. Isso se torna uma “cadeia de curadoria”, que vai crescendo e ficando cada vez mais rica e interessante. 

Todo esse processo nos torna protagonistas da nossa consciência crítica, da nossa produtividade e até mesmo do que entregamos.

Além disso, o que sabemos é pequeno diante do que há para aprender. Especialmente com a overdose de informações que existe hoje, pensar que sabemos tudo é uma condição muito limitante e que pouco nos favorece.  

Mas não pense que eu esqueci: o que você perguntaria aos dois gênios da foto de capa se pudesse pegar uma carona nesse fusca?

Se você me acompanha por aqui e esta curtindo os artigos e quiser saber mais sobre a mentoria de marca pessoal e produção de conteúdo que eu criei, ma dá um alô, será um prazer falar com você sobre isso. 

 Sobre a autora

Fundei a INBOX Conteúdo em 2017 para compartilhar conteúdos autênticos e verdadeiros na era digital. Sou especialista em marketing digital para pessoas e marcas, consultora de marca pessoal e escritora Ghostwriter para empresários e empreendedores.

Meu trabalho é te ajudar a criar sua reputação na rede e a ganhar autoridade na sua área, por meio de conteúdo estratégico e autêntico. Onde você está e aonde quer chegar?

Te convido a me acompanhar também no Instagram: @flage_