O que mais vemos por aí são 100% das pessoas e das marcas fazendo control C control V do mesmo conteúdo digital em diferentes redes sociais. Esse foi o tema de uma live que realizei a convite da Lais Vargas, cofundadora do @minimizaapresentacoes e top voice do LinkedIn.

E como a discussão sobre o assunto continua em alta, resolvi aprofundar e escrever um artigo! Há muita gente interessada em saber mais e cheia de dúvidas, bora lá, então, tentar responder, apontar caminhos e trazer informações práticas do que já funciona para mim e para a minha empresa?

É preciso entender que as plataformas possuem programações diferentes e seguem comportamentos distintos dos seus usuários, lapidados por meio de erros e acertos por parte da própria plataforma. Até para grandes influenciadores, as mudanças, os testes e as tentativas são constantes. Sabendo disso, é possível entender que não podemos replicar as mesmas coisas em plataformas diferentes.

Bem, antes de entrar em características técnicas de cada rede, vou à base de todo problema. É preciso ter noções de boas práticas de conteúdo e, assim, você terá muito mais discernimento para entender por que deve fazer adaptações, mesmo em conteúdos iguais, para que eles não só fiquem mais atrativos, como rodem melhor em cada uma das plataformas.

Como assim, rodar? Um bom exemplo é: já reparou que se você publica algum conteúdo com link para outro destino, pouquíssimas pessoas curtem? Isso acontece, porque a plataforma não mostra, ela não tem interesse em que o usuário clique no seu link e vá embora para outro destino, abandonando a página atual. Coisas daquele tal de “algoritmo” (tenho horror a essa palavra, em todos os sentidos rsrs).

Boas práticas de conteúdo

Vou partir do princípio básico: qual o seu plano de conteúdo? O que você espera e almeja com as publicações naquela rede? Quer vender os seus produtos e serviços, fortalecer o seu marketing pessoal, procurar um novo emprego, gerar discussões, fazer amigos, ou normalmente publica apenas por hobby, por vaidade, etc? Porque se você não tem um objetivo com aquela publicação, não saberá nem o que esperar dela, não é mesmo?

São muitos os objetivos que podem nos levar a diferentes tipos de ações e formatos de conteúdos.

Outra regra importante para ter um bom resultado com o conteúdo é saber quem é o seu público, entender o seu comportamento, seus hábitos de consumo e por aí vai. Mas como faço para conhecer meu público? Faça testes, use e abuse das interações que cada plataforma oferece, publique em horários diferentes, conteúdos diversos, fotos, vídeos, frases em cada rede, para entender seu comportamento, hábitos de consumo e os tipos de conteúdo que fazem mais sentido, etc. Não existe outro caminho mais assertivo para conhecer o seu público do que fazendo testes.

Se tiver um objetivo bem definido e já souber qual o seu público, você terá muito mais clareza para fazer um plano de conteúdo. Existem vários apps que podem auxiliar neste plano. Eu tenho usado, principalmente, o Planoly e o Evernote, mas também já testei o Asana, To Do, Trello, entre outros, e todos podem te ajudar nessa etapa.

Vamos ao que funciona em diferentes plataformas

Vale ressaltar que vou descrever somente as plataformas que mais utilizo e que fazem sentido para mim, no caso LinkedIn e Instagram.

LINKEDIN – Uma das maiores plataformas de conteúdo da internet

LinkedIn ainda é uma plataforma na qual as pessoas estão interessadas em consumir textos mais complexos e mais longos e, por incrível que pareça, a plataforma distribui melhor atualmente notas do feed sem nenhuma imagem, vídeos e nem links, do que com esses recursos.

As publicações no feed podem ter até 1.300 caracteres, quanto aos artigos, nunca consegui achar um limite de caracteres e também não encontrei essa informação. Já escrevi artigos com mais de sete páginas de word e foram aceitos. Até porque os artigos sempre foram mais úteis para desenvolver textos mais completos e com mais detalhes sobre os temas em questão, o que pode despertar novas discussões, e você terá a chance de mostrar para a sua rede que você é especialista no assunto.

É importante usar fotos com boa qualidade. Existem alguns bons bancos de imagens gratuitas que funcionam muito bem, só lembre de dar o devido crédito à foto. Os artigos são formatos que permitem trazer mais elementos para enriquecer o texto como gráficos, imagens internas, infográficos, vídeos, gifs e neles, sim, vale colocar links de referências de pesquisa e o que mais você quiser referenciar.

Se as publicações no feed do LinkedIn giram mais, elas também desaparecem com mais facilidade do seu perfil, já os artigos são menos distribuídos atualmente, mas ficam em destaque na sua página, como um portfólio de ideias, produtos, serviços e demais discussões que você quiser gerar na rede.

O feed funciona muito bem sem nenhuma imagem, até para não tirar o foco da leitura. O importante é ter um título bem chamativo e que realmente entregue algo sobre o corpo do texto. Títulos matadores, mas que não têm nada a ver com o conteúdo é uma forma de enganar a sua audiência, e pode ser percebido muito rapidamente, tirando a sua credibilidade com o leitor.

Um pouco de estrutura do texto, pois o artigo não era necessariamente para falar de técnica de escrita (aliás, pode ser um bom tema para o próximo). Mas vamos lá! 😀

4 passos para a construção de um bom texto

  1. Título bem chamativo e que gere a curiosidade para que o leitor tenha vontade de avançar na leitura. Já reparou que, quando você faz uma publicação no feed do LinkedIn, a plataforma só mostra as três primeiras linhas? Portanto, é o único momento que você tem para que as pessoas cliquem em “ver mais”ou descartar o seu conteúdo e seguir para o próximo. Capriche no título, mas não engane.
  2. Faça uma introdução que conte sobre o motivo, causa e/ou problema em questão.
  3. Desenvolva sobre o tema com soluções, dicas e orientações.
  4. Finalize o seu artigo ou nota com uma chamada para ação e para interação.

Exemplos de publicação: Fiz um teste com o mesmo tema para poder exemplificar: em uma publicação, escrevi um texto bem emocional e contando sobre uma recente experiência no LinkedIn, sem nenhuma foto, somente o texto no feed, que foi visto por mais de nove mil pessoas, ou seja, vendi 70 ingressos do meu webinar neste post (dos 80 disponíveis).

Não estamos falando de algo que viralizou, mas, para o meu universo de seguidores, que é completamente orgânico, foi um bom resultado, já que a interação nos comentários foi muito expressiva.

Dois dias depois, fiz uma publicação com o mesmo tema, porém com a imagem e o link do webinar e as visualizações caíram para 189. Isso reforça o que falamos no início deste artigo: as plataformas não querem divulgar link que levem para outro site e saia de onde você está.

Muitos conteúdos podem ser iguais  – como esse que você vê acima – que foi publicado no Instagram e no LinkedIn, pois, com muitos testes, entendi que é um conteúdo relevante para as minhas conexões nas duas redes. Mas ainda assim, é necessário adaptar o tamanho da imagem. Na maioria das vezes, cada rede tem um tamanho específico e nenhuma delas está preocupada em padronizar o tamanho da imagem. 

É possível usar o mesmo conteúdo para diferentes redes também, mas não é sempre que funciona. Tem que testar e, com o tempo, você começa a entender mais o comportamento dos seus seguidores e o que funciona melhor.

 

É importante ficar conectado em todas as opções de publicações e diversificar, até porque todas as plataformas estão trazendo muitas novidades para não ficarem para trás em termos de tecnologias e interações. 

Recentemente, o LinkedIn lançou seu Stories e vem tentando estimular o uso por parte dos usuários. Mas a realidade é que a moda ainda não pegou e, por mais que incentive o uso da nova funcionalidade, a distribuição está deixando a desejar. Os vídeos dos Stories devem ser de até 20 segundos cada, e a plataforma não permite absorver vídeos já gravados, quebrando-os na quantidade de segundos aceitos na rede, como acontece com o Instagram, que permite subir um vídeo já gravado em até quatro Stories de 15 segundos. 

A parte técnica das publicações não é o foco deste artigo, o mais importante é você saber como os conteúdos autênticos e verdadeiros podem te levar longe nessa plataforma. Eu por exemplo, escrevo tudo em primeira pessoa e de uma forma bem leve e descontraída, como se estivesse batendo um papo com os meus leitores.

Os temas são os mais diversos, claro que sempre crio conteúdos relacionados às minhas especialidades profissionais na rede, o que não me impede de quebrar o gelo, de vez em quando, e falar de hobbies e outras coisas mais. 

E faço um planejamento antes de publicá-los para tentar potencializar os meus resultados e as interações para cada uma das ações desejadas.

Recentemente publiquei um artigo que falava de um hobby, que é a música, e sobre alguns ídolos que morreram jovens. Foi muito bom dar essa quebrada no LinkedIn e ainda mostrar que é possível trazer conteúdos mais leves com um pouco das nossas paixões também.

 

 

 

 

Artigo – Os bons morrem jovem

Você pode ser um grande profissional e uma referência na sua área de atuação, mas os seus hobbies podem te aproximar das pessoas em um primeiro momento. O que você é fora do ambiente de trabalho faz de você uma pessoa mais interessante ou não. Eu, por exemplo, adoro cozinhar, fazer bons drinks, pedalar, adoro dogs e amo muito a sétima arte. Acho que numa roda de boteco, ou no almoço da empresa, eu posso me destacar pelos meus gostos na vida pessoal. O que você pensa disso?

Formas de conteúdo para Instagram / Facebook

Importante ressaltar que abandonei o Facebook para fins pessoais e contas próprias de empresas há uns dois anos, quando a plataforma anunciou que iria privilegiar a distribuição de postagens de amigos e, obviamente, os anúncios. 

Para mim, e acredito que para muitos outros produtores de conteúdo, incluindo a grande imprensa, passou a não fazer mais sentido produzir conteúdo específico para esta plataforma, já que não iria mostrá-lo a ninguém. No entanto, o Facebook é uma das mídias digitais que mais dão resultado em termos de anúncios, inclusive uma dica que gostaria de dar é: se for impulsionar publicações e fazer qualquer tipo de anúncio no Instagram, faça pelo Facebook, pois a plataforma é muito mais desenvolvida e funciona super bem, além do que é bem mais barato investir em anúncios no Facebook para rodar no Instagram do que ir direto lá. 

Vale destacar que a minha praia não é alta performance (mídias pagas, Inbound Marketing, Growth, etc). Me especializei em marketing de conteúdo orgânico e não em mídia paga. Mas já utilizei muito anúncio para clientes e sempre rodou muito mais nesse formato.

Então vamos ao que funciona para mim

Anúncios – Faça anúncios no Facebook e estenda para o Instagram, mesmo que a sua intenção seja que ele rode apenas no Instagram, mas de quebra você movimenta a sua página de empresa no Facebook, afinal, lá os anúncios rodam super bem. Cadastre-se dentro da própria plataforma no Facebook Business, e ele te dará a opção de gerenciar seus anúncios, inclusive para quem tem várias contas. 

O Instagram já é uma plataforma que valoriza conteúdos orgânicos e exclusivos. Para toda publicação é necessário uma imagem, por isso a importância de ter boa qualidade, ser limpa e única ou especial. Quanto mais real ela for e relatar o seu momento, naquela hora específica, mais interações e engajamento vai gerar.

Tem muita gente que só publica imagens com designers muito elaborados, principalmente para seus perfis empresariais, com logos e chamadas na própria imagem. Mas a rede valoriza muito imagens sóbrias e reais (real time marketing), do tipo acontecendo agora. Você em campo, produzindo na fábrica, trabalhando em home office, em visita a um cliente ou em uma feira de negócios, em palestras e webinar, etc. Tudo o que mostra uma situação real do seu dia a dia de trabalho. 

Pessoas gostam de interagir com pessoas, mesmo quando o assunto é business. Quem conseguir trazer as situações reais cotidianas para a tela da rede social, terá muito mais alcance e aceitação do que imagens montadas e que parecem anúncios. Faça o teste e você verá uma diferença instantânea.  

Os Stories do Instagram é um espaço muito favorável para o real time marketing, já que, por lá, é possível gerar muita interação, fazer enquetes, perguntas, teste, música, gifs, diversos formatos de letras e chamadas. E todas as funções têm como objetivo estimular principalmente o diálogo com a sua audiência. 

O Instagram só permite links em contas com mais de 10 mil seguidores. O recurso mais utilizado é publicar no perfil (na sua bio) e fazer uma chamada para esta ação.

Existe muita oportunidade de ação e interação, o importante é ir testando e diversificando as publicações para experimentar o que gira mais com a sua audiência. E, por favor, não venha com aquela história de ser escravo de plataforma digital, com aqueles ensinamentos de gurus que pregam que você precisa fazer quinze Stories por dia e cinco publicações no feed para que a sua conta cresça. 

Há outras formas mais gostosas e menos massificantes de fazer a sua rede crescer. Na minha opinião, a principal delas é publicar conteúdo de qualidade, autêntico, com certa frequência e em sequência, mas sem ficar dependente da plataforma. Além disso, se você produz um conteúdo de qualidade para o feed e, em seguida, publica outro, o último sempre vai aparecer mais que o primeiro, ou seja, uma publicação seguida da outra pode esconder as que realmente fariam sentido rodar mais. Pense nisso! 

7 passos de um POST PERFEITO no Instagram 

Antes de fazer qualquer postagem no seu perfil, você precisa seguir alguns passos importantes. Tente listar tudo para saber se ela atende a todos os requisitos.

  1. Foto de boa qualidade ou imagem clara para visualização.
  2. Legenda bem estruturada, atendendo ao espaçamento dos parágrafos para facilitar a leitura, e com emojis para deixar o texto mais interativo.
  3. Localização pensada de forma estratégica e real.
  4. Hashtags bem definidas, postadas no comentário da foto.
  5. Acompanhe o seu post nos primeiros 20 minutos, se a plataforma vir que o post teve bastante interação, ela aumenta o alcance, ou seja, o mostra para mais pessoas.
  6. Responda comentários feitos até 20 minutos depois da publicação.
  7. Poste imagem no seu Stories para anunciar o novo post.

Seu post se enquadra em todos os itens? Terá tempo de fazer o passo a passo depois da postagem? Se sim, poste!

Falando um pouquinho de Transmídia e o caso Manu Gavassi

Você sabe o que é transmídia? 

O ato de contar histórias por meio de vários canais diferentes e com os materiais mais adequados para cada canal de transmissão como e-books, podcast, artigos, blog post, vídeos, imagens, filmes, etc, levando ao público interessado o que ele mais costuma consumir, aumentando, assim, o contato e gerando interações e, consequentemente, engajamentos.

Há poucos anos, os conteúdos tinham formatos muito específicos, livros, jornais e revistas,  por exemplo, eram somente impressos e, hoje temos um mercado gigante da literatura digital. E graças às novas tecnologias, houve uma multiplicação muito grande de possibilidades e de formatos diferentes para se contar uma mesma história.

O caso da Manu Gavassi 

Não sei se você acompanhou a estratégia de conteúdo da Manu Gavassi no BBB20, mas ela começou no programa com mais de quatro milhões de seguidores no Instagram e terminou com 11 milhões, e agora está com mais de 15 milhões na rede social. A conta dela no Twitter, que era relativamente pequena, agora já está com mais de seis milhões de seguidores.

Segundo a própria Manu, ela teve apenas uma semana para preparar todos os vídeos curtos que ela publicava diariamente no seu Instagram, em formatos de, no máximo 15 segundos, já pensando nos Stories. Ela também deixou frases curtas para o Twitter e, obviamente, alguém para subir tudo isso. O mais interessante foi que ela simulava situações que poderiam estar acontecendo na casa, como: hoje eu acordei me sentindo uma rainha (se referindo a virar líder) ou a treta foi forte, ou odeio uma fofoca, estou sendo eu mesma e por aí vai.

E quanto mais ela se destacava no programa, mais ela ganhava seguidores nas redes sociais. Todos os dias, quando eu abria meu Instagram, qual o perfil aparecia em destaque? A Manu soube aproveitar o momento em evidência em rede nacional para crescer as redes dela. Uma grande estratégia de conteúdo baseada em transmídia e distribuição de material. 

Isso tudo é possível pois as novas tecnologias multiplicaram as possibilidades de conteúdo e fizeram com que as mesmas histórias pudessem ser consumidas em formatos diferentes.

Bora colocar em prática algumas dicas que você viu por aqui? E não se esqueça: teste, teste e teste. Faça planos, conheça o seu público, diversifique, seja autêntico e tente passar algo útil para as pessoas. 

Este artigo faz parte de uma série de publicações que farei aqui no LinkedIn para testar a nova funcionalidade que foi disponibilizada para mim, em forma de newsletter. Se tiver boa aceitação e girar bem, eu continuarei investindo nisso. Olha eu fazendo mais um teste com a minha audiência e com as oportunidades que a plataforma oferece ;D

Ah, tem mais um recadinho :D, no dia 15 de setembro inicio uma nova turma de Mentoria – Produção de conteúdo estratégico no Linkedin. São somente 10 vagas, clica no link e inscreva-se; vamos juntos fortalecer o seu marketing pessoal nas redes? 

Sobre a autora:

Fernanda Lage, Fundadora do Agência INBOX Conteúdo, especialista em marketing digital, em conteúdo estratégico /autêntico e escritora Ghostwriter

Te ajudo a criar sua reputação na rede e a ganhar autoridade na sua área, por meio de conteúdo estratégico e autêntico. Onde você está e aonde quer chegar?

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